Devido ao grande sucesso, estarei re-postando aqui essa grande saga que foi a minha incursão com meu parceiro prodígio Lacan!
Com as palavras o próprio Lacan! Let's Gon!!!!
OS CAIPIRA NA CIDADE GRANDE, UAI!
"Na dada ocasião, estavámos eu e o Adriano (GON!), como em toda boa zica que se preze. Local: Cidade de São Paulo. Tinhamos ido pra lá num fim de semana com a minha família, mais com o intuito de ir pro bairro da Liberdade e ficar por lá fuçando coisas de anime, mangá e babar nas japonesinhas que transitavam por ali. No sábado, todo mundo foi de carro, uma belezura. Já no domingo, meu pai gentilmente nos disse: "Vocês querem ir pro Liberdade? Se virem!". Há, tá achando que a gente não vai conseguir?? Nóis é FODA!!! E partimos "Em busca da Aventura" como o sábio Adriano já previu antes de entrarmos no terminal São Mateus.
Segundo meu pai o itinerário era simples: Um ônibus com destino ao "Carrão", de lá um outro pro metrô e no metrô a coisa era moleza. É, olhando assim a coisa fica fácil. Mas deixa dois muleque do sítio fazê isso procê vê que a coisa não é bem assim.
Ainda no terminal São Mateus, as raízes interioranas já fizeram questão de se mostrar. Compramos as passagens, uns bilhetinhos que não tem aqui na roça. Na hora de passar na catraca pra entrar no terminal, o dilema: enfiei o papelzinho na catraca, beleza! Passei a tal, maravilha! e agora? como é que vão saber que eu paguei essa porra?? Não sai nem um comprovantezinho??? Ai caray isso vai dar bosta!!!
Já dentro do terminal, os intelectos superiores se preocupam:- Mano, como é que vão saber que a gente pagou isso aqui??- Sei lá hein? E agora? Será que não saiu mesmo nenhum comprovante da catraca??- Vixe, se saiu e a gente não viu, fudeu! Como que o cobrador vai saber q a gente pagou???
Chega o ônibus, mas as dúvidas e o desespero só aumentam
- Ay Caraio! NÃO TEM COBRADOR!!!- PUTAQUEPARIU MANO, A GENTE TEM Q FALAR COM QUEM ENTÃO?? COM O MOTORISTA??
É claro que a gente perguntou umas duas vezes antes do ônibus chegar, todo o procedimento, pros fiscais e pra alguns transeuntes do terminal. Que prontamente nos olharam com a melhor expressão "Ê caipirada!!"
Embarcamos. Como já não tinha ninguém pra pedir comprovante de porra nenhuma, resolvemos ficar na moita. Assim, pudemos conferir como é emocionante os rachas q os motoristas de ônibus tiram com os motoristas das vans que também fazem o transporte coletivo por lá. Digo uma coisa, paulistanos: Pra quê parque de diversões? montanha-russa? afff... pegue um busão, num dia aí de pico e pronto!!! Adrenalina garantida!!
Depois da emocionante primeira etapa do trajeto, chegamos à um pequeno terminal, ao qual avistei imediatamente um postinho escrito "Metrô/Carrão" com uma vanzinha já partindo. Corremos e alcançamos a tal da van. Porém, segundos antes de sunir na bagaça, eu reparei alguma outra coisa escrita no lado oposto do postinho. Ah, muitas letrinhas, nem vou ler, tô atrasado.
Na van, pudemos apreciar o outro lado dos rachas coletivos de Sampa, dessa vez com direito a um filadaputa gritando " 'Tateêinha! Tateêinha!", pendurado na porta da van, ao qual o Adriano me perguntou:- Que que esse bosta tá gritando?- Sei lá, alguma coisa a ver com farinha...- Tem certeza que vc leu certo?- Pelo menos tava escrito no postinho..- Sei lá hein...
Bão, toca o barco, ou melhor, a Van que atrás vem gente. Depois de algum tempo apreciando a paisagem cinza e poluída de São Paulo, estávamos no alto de um morro (ou pelo menos era essa a impressão), quando meu companheiro de aventuras (Toddynho? Não) me apontou alguns prédios, do qual só víamos o topo:
- Nuss, dá uma olhada!- Caralho, como nego consegue fazer uns prédios tão lá em baixo.- Loko neh?- Podecrer.
Mais algum tempo na Van. Pessoas iam e vinham, sempre tão confiantes que eu ficava meio sem graça. Cacete, como que esses caras moram numa cidade desse tamanho e se orientam assim, como se fosse a coisa mais simples do mundo?? vai entender...
Lalalá... viagenzinha comprida não? É. Lá se vão mais uns vinte minutos. Súbito, mais uma indagação:- Thiago, vc lembra daqueles prédios que a gente viu lá em baixo, pequenininhos?- Lembro, porque?- Olha pra fora.
Os prédios tão, tão distantes, tinham se tornado os prédios tão, tão próximos. Cazzo, era hora de admitir que a gente tinha pego a van errada e ido parar na puta que nos pariu. Ao chegar no PONTO FINAL da van, descemos e olhamos pro nome que indicava o itinerário da van. Lembram-se das letrinhas que eu não quis ler? E o " 'Tateêinha" que o muleke tanto gritava? Descobrimos tardiamente que traduzindo em língua de gente, se tornava SANTA TEREZINHA.
Para nossa sorte, a van em que havíamos ido parar na puta que nos pariu (também conhecida por Santa Terezinha), NÃO iria voltar para o terminal tão cedo. A solução foi pegar uma outra van, que também estava parada no ponto final e VOLTAR O CAMINHO TODO.
Lá chegando, pegamos um novo ônibus, não sem antes nos certificarmos que estava escrito METRÔ em letras garrafais. Lindo! Outra viagem desgraçada de longa.
Enfim, o metrô!! É importante salientar que nenhum de nós dois sequer havia VISTO um metrô, quem dirá andado em um. Ao chegarmos na estação São Paulo já começava a dar sinais de sua fama como "Terra da Garoa" iria agora se transformar em "Terra da Nevasca", dado o frio lazarento que fazia. Mais uma catraca. Mai agora nóis tava ispertu!! Olhei pra catraca e enfiei o bilhete, confiante. O Adriano também. Passada a catraca, ambos demos aquela conferida, só pra ver se o bilhete não saía mesmo. É, não saiu. Pelo menos no metrô dos filmes não tinha cobrador.
Dentro da estação, quanta modernidade!!! Há essas horas eu já tava, falando o português correto, com o cu na mão, afinal, pra quem já havia quase se perdido, pra fazer merda de novo, não custava nada. Mas pra minha surpresa (e alívio) os itinerários eram definidos com as cores certinhas, tudo muito organizado, uma belezura!!!
Dessa vez, paramos na rampa de embarque com a maior pose de "Somos FODA". Olhando para tudo com curiosidade, mas fazendo aquela cara de "venho-aqui-todo-dia". Tudo muito belo até percebermos que estávamos no lado errado da plataforma. Ótimo. Mais uma batalha entre escadas e mais escadas pra poder chegar no lado certo.
Agora a coisa ia! Mas a caipirada não dá trégua:- Ow, será que vai demorar pro metrô pra liberdade passar??- Sei lá hein? Aqui diz que cada 15 minutos passa o trem, mas não indica pra onde cada um vai.
Pras pessoas da cidade grande, isso pode parecer absurdo, mas pra gente não era... Agora pensando bem, tô me espantando com a burrice de nossas senhorias... A culpa é de Americana, que não tem metrô. Se tivesse eu ia saber andar...
Finalmente, a minhoca de metal (como diria o sábio Falcão) se mostra à nós. Entramos, com certeza com a expressão mais caipira que pudemos expressar na hora, porque eu percebi como as pessoas olhavam pra gente.
Uma vez dentro do metrô, procendimento normal: primeiro ficar com cara de babaca pensando "Uia a cidade Grande!", depois entrar em pânico pra ver como a gente ia saber que chegamos no Liberdade. O Adriano me dá um toque e aponta pra um painel em cima da porta. A cada estação, uma luzinha se acendia. UIA LÁ!!! MININO, ISSO É COISA LINDA DE DEUS!!!!
Descemos na Estação do Liberdade! Enfim a Liberdade!!! Puta que pariu de lugar difícil de chegar!!! Mas a gente tava lá!! Uhú!! Vamos procurar a Área E (pra quem não sabe, uma escola de desenho)! Caçamos e caçamos, mas tudo o que a gente conseguiu foi achar a lojinha da Animangá.
- Putz, a Animangá é exatamente do lado da padaria que eu comi ontem - Disse o Adriano.- É... vamos procurar telefones de putas nos orelhões.- Vamo lá.Havia um orelhão do outro lado da esquina. Paramos. Enquanto o Adriano arrancava os pequenos adesivos com telefones, endereços e rimas (as rimas!! cada uma melhor q a outra!) dessas profissinais da noite, dei uma espreguiçada e admirei os prédios:
- Adriano...- Quê?- Olha pra Animangá...- Quê que tem?- Olha pro andar de cima
E tinhamos achado a Área E. Claro que a gente não conseguiu entrar. Era um domingo lá pela hora do almoço, lembram-se?
Tudo muito beleza, tudo muito lindo, até a hora de voltar. A coisa podia ter se simplificado pra caraleo se a gente tivesse tomado o exato caminho inverso. MAS AÍ NÃO IA TER GRAÇA!!!! Enquanto passávamos por uma rua, essa anta que vos fala avistou um ônibus pro São Mateus. Ótimo. Pra quê pagar metro e van e o cacete à quatro, se dava pra ir de uma vez. Mas quem disse que as duas mulas tinham paciência pra esperar?? Tava dando uma hora, meu pai ia embora às quatro. Eu não duvido que ele largaria a gente pra trás.
Lembrei que minha tia mora perto da Avenida Sapopemba (a gente tava hospedado lá). Ah! Agora tá fácil! qualquer ônibus "via Sapopemba" ia resolver certo? Lá vão dois burros correndo atrás de um ônibus "via Sapopemba". Ao adentrarmos, a surpresa!!! Esse ônibus tinha cobrador!!! MAS QUE PORRA É ESSA? pensei eu já desistindo de entender a Grande Metrópole. Segue o diálogo entre eu e a cobradora:
- Moça, esse ônibus passa na Sapopemba neh?- Isso.- Tem como você avisar a gente quando a gente chegar lá?- Em que ponto da Sapopemba?- Sei lá, qualquer um...- A Sapopemba é grande moço...- Não tem problema.- Então tá...
Vejam bem qual era o plano até então: Chegar em um ponto qualquer da Avenida, perguntar pra alguém a direção do São Mateus, e ir ANDANDO até lá. Simples assim. Aqui em Americana a gente atravessa as avenidas com no máximo meia hora de caminhada. Não poderia ser muito maior que isso neh?Só que a moça economizou, quando disse que a Sapopemba era "grande". Uma semana mais tarde, descobri que a referida avenida é simplesmente, a MAIOR AVENIDA DA AMÉRICA DO SUL, COM 90 QUILÔMETROS DE EXTENSÃO. Pelas minhas contas, parando na metade do trajeto, a gente iria andar no mínimo umas 6 horas...
Sorte nossa que no meio do caminho a gente viu uma van escrito "São Mateus" parada. Descemos e corremos para lá. Corremos mesmo. Pra mim aquela era a última esperança de chegar em casa. A gente tava no meio da cidade, longe de qualquer ponto de movimentação, Pegamos a van, pagamos (de novo) e sentimos a adrenalina do trânsito paulistano, dessa vez com muito mais emoção, porque vinham uns vinte, numa van que cabe 12. Legal né?
Enfim, o Terminal São Mateus. Entrando de van, pude perceber uma guarita da Polícia Militar na entrada de veículos do terminal. Ah, agora tava explicado a falta de cobradores nos ônibus! Também, ninguém avisa...
Naquela hora, fomos brindados com a mais fria e fina garoa que São Paulo pode oferecer. Maravilha!
Mas demos o troco!!! Ou vocês tavam achando que a gente só ia se dar mal, sem zuar nem um pouquinhos esse povo frio e carrancudo, que são os paulistanos?? De jeito nenhum!!! Na saída do terminal, percebemos um farol especial para cegos, daqueles que apertando o botão, deixa o sinal vermelho NA HORA. hehehe. Esperamos abrir um sinal antes e apertamos aquela porra. Só pra ver se funciona. Teve um boyzão que saiu como se fosse tirar a mãe da zona. MAS PAROU!!! e a gente olhou pra ele com cara de "HEHEHE-SE-FODEU!!!".
Depois disso, a chega de peripécias. Chegamos na casa da minha tia (O Porto Seguro) e fomos embora pra casa. Pra minha cidadinha cu-de-mundo-do -inteior que eu adoro e sei me virar nela. Não que eu não goste de São Paulo, muito pelo contrário, ainda quero morar lá. Só que o que atrapalha é que São Paulo tem mania de grandeza.
P.S.: Depois que a gente contou pra galera lá de Sampa, que a gente tinha ido pra Santa Terezinha é que minha tia disse que tínhamos corrido risco de vida, porque o bairro é meio perigoso! Mais uma das suspresas que só São Paulo tem pra você!!!"
É negaiada, a coisa foi muito daszorba! Até a próxima!!!
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