quarta-feira, 28 de março de 2007

Reflexões sobre o "Adeus"...

Estava hoje refletindo sobre a morte, as várias pessoas queridas que no decorrer desses 23 anos de vida perdi...Pessoas queridas, amadas, que nunca consigo esquecer, mas para todas tive de dizer a bendita palavra.

Dar adeus deve ser uma das tarefas mais ingratas de se fazer. Lembro do meu primeiro ´adeus´! Não foi nada fácil. Nunca é. As pessoas estão fadadas a fazer isso pelo menos uma vez na vida. Quer seja adeus para um grande amor, amigos, parentes, de uma forma ou de outra, darão adeus e não será bom de ser dito. Nesse mundo de Deus, temos que saber o que fazer quando isso acontece. Temos que ser fortes quando as pernas fraquejarem e levantarmos a cabeça para seguir em frente. O mundo real tem disso. Vivemos nele e temos que se sujeitar a isso, e admito que é amendrontador não ter controle sobre esse ardor. Ele é amargo na garganta e corrói o estômago como um câncer.

O
vazio que se sucede é a pior parte seguida ao adeus. Uma sensação ruim de fel na boca e um olhar perdido. Aquela vontade de tentar entender que não foi um ´adeus´ e sim um ´até a vista´! Mas nem sempre é como desejamos que seja. Se pararmos pra pensar um segundo, nunca seremos donos da situação. Da própria vida. Vivemos em um fator chamado ´probabilidades´ e nela há vários caminhos. Se eu fosse mais radical, eu aplicaria esse fator à teoria do Caos. Quer dizer: um sucessão de eventos interligados por uma única reação. Nem quero pular para o ramo parapsicologia. Seria apelar para o óbvio. A nossa mente gosta de processar o que lhe convir em determinados momentos. E por muitas vezes, isso nos causa males como a depressão. Um mal que vem assolando boa parte da população há eras e que ainda não se sabe ao certo como ela atinge uma pessoa. Em mais de 40 anos de estudos a razão mais aceitável tem a ver com os níveis de serotonina, um neurotransmissor ligado diretamente as funções psíquicas (apesar de hoje, essa tese estar cada vez sendo mais contestada).

O que nos leva a crer mesmo, é que somos títeres de uma malha da qual não podemos segurar em nossos próprios cordões. Estaremos sempre nus e pequenos perante a vida que nos apresenta todos os dias. Acordaremos felizes às vezes e poderemos ser atropelados na seqüência. Assim é a probabilidade e a certeza de que não temos, e nem nunca tivemos, nenhum controle sob nossas existências. Que cada adeus que dermos, será pra machucar e ser machucado. Ou para ser triste e se sentir triste. Nunca será feliz se for de uma maneira sarcástica ou depreciativa. O adeus nos acolhe e nos mostra que podemos ser solitários, que somos uma peça num tabuleiro enorme. Que não amaremos mais do que ele permitir. E que os caminhos que tiverem de se cruzar, se cruzarão e os que tiverem de se perder... se perderão.

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